sexta-feira, 11 de março de 2011

Aquilo que cai e...

Enquanto a chuva pingava em meus pés e o vento levantava meus cabelos, eu analisava à minha volta. Analisava cada carro, cada criança e seus respectivos pais que saiam deles, cada movimento que faziam. Analisava cada passo cauteloso das pessoas que resolviam enfrentar a chuva. E sempre pensava na conseqüência de todos os atos que observava. Cheguei a tentar descobrir o que uma garotinha estava sentindo e pensando; aquela mais simples, sabe? Aquela que chegou em um fusca enferrujado que “morreu” entre uma Montana e Zafaria 2011. E analisei os dois lados. Tristeza e indiferença. Não me satisfiz com nenhum. Mudei. Analisei os alunos mais velhos que estavam ali a conversar, que deveriam ser os exemplos. Me decepcionei e mudei novamente. Passei, então, a observar a chuva. Cada gota que caía nas poças e espirrava um pouco mais de água naquelas que foram enfrentá-la. Cada gota que batia nas folhas da árvore da casa à frente e que depois escorria em uma linha, apenas, tornava-se gota e pingava no chão espirrando mais água naquelas que dela fugiam. Cada gota que em mim caía, e percorria pelo meu corpo, até o chão. Ah, cada gota que em mim caía... Não voltava a ser gota para espirrar naquelas que à ela temiam, depois de bater em uma poça. Ah... Cada gota! Eu me concentrava nelas para deixar desfocado o mundo que me entristece, me enlouquece, me decepciona. E esse mundo...

... me persegue.

Um comentário:

  1. Nairinha, você continua procurando nos outros e em tudo aquilo que precisa procurar dentro de você. Nem chuva, nem namorado, nem amigos, nem familiares, nada disto lhe trará felicidade se você não encontrá-la antes dentro de você. Bjks

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