sábado, 27 de novembro de 2010

Minhas noites sem você

Chorei de soluçar, destemidamente, por você. Voltei a dormir com o abajur aceso, já que não agüento a solidão que o escuro me traz, mesmo com o feixe de luz que pela janela entra. De um modo patético, gostaria que ele fosse você. Ele está todas as noites comigo. É patético, também, o modo que sinto meu coração quando, supostamente, você não esta nele, nem com ele. Cada música que me lembra você faz com que o resto dele se despedace e faz com que minha pouca força, se enfraqueça; faz com que minha vontade de estar com você aumente descontroladamente. E eu já não agüento mais. Não agüento ficar sem você, ficar longe de você. Não agüento chorar por tudo o que acontece conosco. Já não tenho lágrimas. Nem vontade. Nada me satisfaz completamente. Nem os doces que viravam seus abraços. Me satisfaço momentaneamente ao relembrar conversas. Mas só isso. E tantas vezes já quis dizer que não faz falta... Nem se quer posso dizer, pois me engano por dentro. Quantas vezes, será, que já demorei horas para dormir, deitada no sofá, olhando pela janela do meu quarto, escutando somente as músicas que me lembram você? Já virou rotina. E é isso que tenho vontade de fazer. Só isso. Até transformaria os dias em noites para ficar olhando a lua sem limite de tempo. Afinal, ela trás você para mim.

E você?

Olá, tudo bem? Antes de tudo, quero deixar claro que eu não quero mudar nada por enquanto. Só quero saber se você tá bem... Como você está? O que anda fazendo? O que faz nas horas que costumávamos conversar? E os amigos? Como estão as noites de poker? E as saídas? Muitas, legais, ficando muito bêbado? Está bem sem mim? Qual a sua vontade de fazer algo? Espero que esteja bem, e que sinceramente nem se lembre de mim. Pois eu não estou e não paro de pensar em você; sei o quanto é ruim. Eu só espero que esteja bem. Só gostaria de saber como está...

Texto direto

Espero que, pelo menos, isso não seja um erro. Outro erro. Já te perdi uma vez. Não quero te perder uma terceira, ou não chegar a existir uma terceira. Porque quando se trata de você, tudo muda em relação a mim. Eu vou contra meus costumes, faço coisas contraditórias aos meus pensamentos, admito sentir o que, sinceramente, não admitiria. Sinto-me até boba a amar alguém como eu amo você. Mas como isso não costuma acontecer, sou contra esconder. E para quê esconder algo que está tão “na cara”? Para quê esconder algo que você já tinha percebido que existia antes mesmo de mim? De algum modo não complexo, só desconhecido, isso é bom para nós dois. Esse amor compartilhado nos faz bem até quando não o partilhamos. Vai ser assim até ele não existir. E digo que não sei quando ele acabará. Talvez não acabe e seja substituído. Talvez, quando voltarmos, se voltarmos, um dia, tudo se normalize, tudo seja como está agora. E o agora pode estar todo revirado, mas nada importa se você estiver ao meu lado. E será assim, até juntos decidirmos não mais nos amar.

O ser ou não ser da política

Política é um assunto sério. O modo de protestar também tem de ser. Essa idéia ordinária de protestar com humor é um grande absurdo. Isso de colocar animais ou palhaços para se candidatarem só reflete, negativamente, em nós. E, ainda, faz parecer que tratamos a política como mais um assunto banal, que poderíamos discutir tomando um café com os colegas de trabalho ao fim do expediente. Isso tá errado. Achar que protesto humorístico vai resultar em algo satisfatório, nada mais é do que uma ilusão. Humor e política não andam juntos. A política já é hilária sem ajuda. Quando recebe, se torna irreversível. Antigamente usavam-se cédulas, então escreviam o que queriam (como, por exemplo, o Macaco Tião, que era um chimpanzé, ou o rinoceronte Cacareco). Agora, com as urnas, você só pode votar nos candidatos. Ao invés de melhorar a situação, os partidos colocam palhaços. Sem contar que, com eles, sobem os ladrões – mas isso não vem ao caso. Quando um palhaço é eleito, o que ele faz? O que ele sabe? O que vai propor? Exatamente nada. Só vai aprender a roubar e vai atrasar o pouco que anda. Mais incrível que isso, só o fato de isso realmente acontecer e nada proibir. O absurdo maior é ter a cara-de-pau de falar que pior que está não fica e ter imbecis que acreditam. Ou o fato da mídia ajudar. Concluindo, política é um assunto sério e os protestos têm que ser tão sérios quanto, para realmente fazer pensar, mostrar que se importa e que acredita no que fala.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Entre linhas

Reparei em meus pensamentos. Todos confusos sobre tudo. Deparei-me com tal situação que me deixou atordoada. Não sabia o que pensar, muito menos se eu pensaria sobre. O atordoamento foi tanto que não conseguia nem saber se eu realmente estava pensando. Até agora não descobri se eu re-lembrei todo aquele sentimento que fora perdido. Não descobri se eu pensei em tudo o que pensava enquanto estava com ela. Totalmente assustador, diria. – “Como consegue ser tão estúpido? Vocês fazem tão mau um ao outro. Não consigo entender essa sina de vocês em ficarem mal juntos, sendo que ficam bem separados.” - Por um momento eu pensei ter sentido o que sentia em apenas te ver. Depois de tanto tempo... Talvez nunca tenha o perdido. Talvez ele só esteja escondido, ou eu até esteja conformada com a idéia de que você não será meu. Não importa. Gostaria apenas de descobrir o que foi aquilo. Aqueles pensamentos não pensados estão me atormentando até agora. – “Idiota, você poderia ser mais feliz comigo. Não vê?” – O que fazer sobre? Eis a questão. – “Pensamentos imbecis, sumam!” – Além deles, me atormenta o fato de eu ter me controlado para não olhar para trás quando te deixei com um riso de deboche. Isso me atormenta até mais que meus pensamentos. O fato de eu ainda me sentir presa a você a ponto de ter que me acalmar para não te procurar chorando é desconfortante. Como também é desconfortante saber que estava à espera daquela que te fez chorar em meu colo. Tão desconfortante como me sentir na obrigação de te proteger. – “Aproveite enquanto tem, víbora. Um dia o perderá de vez por não dar valor.” – Mas eu sei que tudo isso é irrelevante para você. Minha preocupação é desnecessária. Nada do que eu diga fará você mudar, ou ao menos pensar. – “Sempre escuta as erradas mesmo. E tudo isso por sexo...” – Quando perder-me de vez, talvez dê valor a mim. Como ela talvez dê a você. – “Otário!”


Ainda serei indiferente quanto a isso.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Sofrimento, para quê te quero?

       Que todos vão sofrer é fato. Que todos vão se decepcionar com quem mais se ama e consigo é fato. Que todos vão chorar por perda, que vão pensar e repensar atitudes que tomaram é fato. Mas, para quê tudo isso? Talvez para nada. Talvez para tudo. Talvez ninguém saiba, ou até todos nós saibamos inconscientemente. Talvez seja para nos conhecermos melhor, conhecer nossos limites. Mas enfim... Sofrimento é algo complexo. Totalmente dispensável quando não há mais forças para agüentá-lo. Totalmente indispensável quando você não tem com o que senti-lo. Às vezes, você nem sabe se realmente é sofrimento que está sentindo. Só digo uma coisa, ele é necessário. Não sei se é um bem necessário, ou se é um mal necessário. É apenas necessário. Necessário para nos ensinar a lidar com o próprio. Mas ele é mais necessário na minha vida como um modo de eu saber quem sou e como estou. O sofrimento é necessário para eu saber se estou viva, se eu tenho todos os sentimentos, ainda, em mim. Há dias que nada me aborrece, mas eu sinto falta de sofrer. Houve dias que finalmente conversava com um amigo, mas eu precisava discutir com ele para me sentir bem, pois no final, eu sentiria todo o carinho que sinto por ele e ele por mim. Sofrimento é gostoso de sentir, quando ele é momentâneo. Sofrimento é um sentimento. Todos vamos sentir, e isso é fato.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A eternidade existe para quem ficou

Você se foi, mas sempre estará aqui. De alguma maneira você está sempre ao meu lado, me dando força e tentando me levar pro mau caminho. De alguma maneira você está sempre me pedindo para ligarmos a webcam para matarmos a saudade. De alguma maneira você ainda está criando músicas e melodias. De algum modo você ainda conquista todas as garotas. Sempre. Será que você se lembra das nossas conversas confusas, melosas, engraçadas ou uma mistura de tudo? Será que você se lembra das nossas discussões, que sempre nos faziam parar de nos falar durante alguns míseros dias? Se fosse possível, será que lembraria? Meu amor, você se lembra daquele maldito print que você tirou para me fazer chantagem? Diz que se lembra. Volta pra cá e diz que se lembra de tudo o que conversávamos. Volta e faz charme para eu voltar a te dar atenção. Volta e me pede um desejo de boa noite. Peça-me carinho, meu amor, do modo como me agrada. Só você sabia fazer isso... Fazia-me fazer tudo o que queria que eu fizesse mesmo com esse seu lado arrogante e insensível. E quando você era contraditório? Você adorava me deixar confusa, não é mesmo? Volta pra fazer isso sempre. Eu prometo que não vou ser mais aquela menina que só te atrasava e que fazia manha para fazer qualquer coisa. Prometo que serei o que precisar. Volta pra cá e me perdoa. Me perdoa por não te dar valor e por não te desculpar. Me perdoa por não falar essas coisas enquanto ainda estava aqui. Perdoa minha idiotice, meu amor. Sinto sua falta.

“Procuro não lembrar das coisas que me faz sofrer. Ainda, um dia vai acontecer de a gente se encontrar.”


A eternidade de quem se foi existe para quem ficou.

Obs.: Texto inspirado em meu amigo falecido, Rudmar Novack.